O setor sucroalcooleiro brasileiro se prepara para um novo ciclo com estimativas positivas, focando em inovação e ajustes técnicos para manter a competitividade, apesar de uma redução esperada de 3,8% na produção de cana-de-açúcar. A expectativa de produção de açúcar aponta para um recorde de 46 milhões de toneladas, impulsionado pela priorização do açúcar e pela implementação de tecnologias voltadas à eficiência.
Otimização da Produção de Açúcar para a Exportação
O mercado global tem demandado cada vez mais açúcar, e a safra 2024/25 deverá refletir uma resposta estratégica do Brasil. Apesar da menor disponibilidade de cana, as usinas brasileiras adotaram uma série de práticas para maximizar a produção de açúcar:
- Tecnologia de Cristalização Avançada: Novos aditivos para o processo de cristalização aumentam o rendimento ao garantir que mais sacarose se converta em cristais de açúcar. Esse avanço permite uma produção maior, mesmo em períodos de menor oferta de cana.
- Variedades de Cana com Teor Elevado de Sacarose: As usinas têm priorizado variedades mais produtivas, com altos índices de sacarose, otimizando a conversão da matéria-prima em produto final. Esse ajuste genético e de manejo reflete as exigências da demanda externa, especialmente na Ásia e África, que dependem do açúcar brasileiro para sustentar o mercado.
Essas ações de aprimoramento permitem que o setor mantenha a competitividade, atendendo ao mercado global com um produto de qualidade, especialmente em um cenário de dificuldades climáticas que impactam outros países produtores.
Etanol de Milho: Expansão como Alternativa ao Etanol de Cana
A produção de etanol de cana deve apresentar uma leve queda em função da menor oferta de matéria-prima, criando uma oportunidade para o etanol de milho. Estima-se que esse segmento cresça em torno de 16% nesta safra, principalmente em regiões como o Centro-Oeste, onde a disponibilidade de milho permite ganhos de escala e eficiência.
Benefícios e Estratégias de Expansão do Etanol de Milho
As usinas flex, que conseguem alternar entre a produção de etanol de cana e de milho, trazem uma estabilidade maior ao mercado e proporcionam produção contínua. Entre os benefícios estão:
- Produção Anual e Diversificada: A capacidade de alternância entre cana e milho permite manter a oferta de etanol estável durante o ano, o que é essencial para atender ao mercado doméstico de combustíveis.
- Sustentabilidade e Incentivos Fiscais: O programa RenovaBio continua promovendo o uso de biocombustíveis com baixa pegada de carbono, reforçando o papel do etanol de milho como uma alternativa ambientalmente sustentável.
Essa capacidade de alternância e aproveitamento da infraestrutura instalada permite às usinas responder a flutuações de mercado sem a necessidade de investimentos pesados, além de garantir estabilidade para o setor e segurança para os produtores.
Sustentabilidade no Controle de Pragas: Tecnologia e Eficiência
Outro aspecto essencial para o sucesso desta safra é a gestão sustentável das lavouras de cana. O controle biológico de pragas, especialmente da broca-da-cana, se consolidou como uma técnica de alto impacto, trazendo resultados expressivos na redução de perdas sem recorrer a químicos. Novas tecnologias, como drones equipados para monitoramento aéreo e dispersão de agentes biológicos, permitem uma atuação de precisão no controle de pragas, melhorando a saúde do solo e mantendo a produtividade elevada.
Essa abordagem sustentável ganha força ao minimizar impactos ambientais e reduzir custos de produção. A utilização de controle biológico torna o setor menos dependente de insumos químicos, o que reforça a posição do Brasil como líder em práticas agrícolas sustentáveis.
O Brasil como Protagonista Global no Setor Sucroalcooleiro
Para 2025, as perspectivas para o setor sucroalcooleiro brasileiro são promissoras, com um aumento significativo da produção de açúcar, um cenário sólido para o etanol de milho e um foco crescente em sustentabilidade e inovação. As estratégias adotadas demonstram a capacidade do setor de se adaptar às condições climáticas, maximizar a eficiência e atender às demandas globais com flexibilidade.
Essas medidas reafirmam o Brasil como um dos principais players do setor sucroalcooleiro mundial, consolidando sua posição não só como um grande fornecedor de açúcar e etanol, mas também como um exemplo em práticas agrícolas eficientes e sustentáveis.